segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Harry Potter e o Enigma do Príncipe


Por Adriele E. da Silva
Depois do sucesso do quinto filme, chega a vez de Harry Potter e o Enigma do Príncipe vir para as telonas. O filme dirigido por David Yates não foi o mais fiel ao livro, mas foi um dos melhores da saga. O filme da entrada em alguns momentos, que são secundários no livro, mas sem deixar de seguir o momento central da história, o que torna o filme diferente dos outros, pois mostra mais a vida dos personagens que muitas vezes estiveram escondidos, como o romance de Ron Weasley e Lilá Brown ou as Gemialidades Weasley minha parte preferida do filme, mas sem esquecer do conteúdo central do livro que será tão importante para o desfecho da trama. Seguindo ou não o livro, Harry Potter e o Enigma do Príncipe merece ser aplaudido de pé e reverenciado por todos.
Confira agora a crítica e o trailer de Harry Potter e o Enigma do Príncipe.


Crítica de: http://pipocacombo.com/critica-harry-potter-e-o-enigma-do-principe-2/


Harry Potter e o Enigma do Príncipe
por Arthur Melo
O problema se arrasta desde a estreia de Harry Potter e a Pedra Filosofal. Os produtores da série cinematográfica baseada na mais aclamada obra literária da história nunca conseguiram agradar completamente aos fãs. E se formos nos ater àqueles que se agarram nas páginas escritas por J.K. Rowling e as estendem à frente cobrando fidelidade, então é em Harry Potter e o Enigma do Príncipe que David Heyman (produtor da fita) esteve mais distante de obter sucesso. O longa é, de longe, o menos recorrente à trama original para estabelecer o seu roteiro. Entretanto, decepcionados ou satisfeitos, os seguidores da autora escocesa terão de concordar:Enigma do Príncipe merece reverências.
Desprezemos sinopse abreviada para introdução, afinal é o tipo de conteúdo que se encontra em qualquer texto avaliativo do longa. O que interessa, de fato, é como tudo foi conduzido. A trama do homônimo literário gira em torno de um livro encontrado por Harry na primeira aula de Poções no sexto ano de escola e percorre o passado “íntimo” de Lorde Voldemort a fim de encontrar brechas que expliquem como ele alcançou o poder rapidamente. Além, obviamente, dos hormônios que entram em ebulição e corroem os jovens tão rápido quanto a Poção do Morto-Vivo experimentada em classe.
Enigma do Príncipe é um livro centrado. Toda sua abordagem é referente ao que virá a ser útil em seu último capítulo e as poucas sub-tramas se transformam num valioso método de evidenciar a essência dos personagens adolescentes numa etapa importante da vida. Curiosamente, o filme tende a aproveitar mais este termo de segundo plano, mas sem precisar desmerecer a linha central.
Não é mentira que o roteiro exerce inúmeros cortes que eram o foco de atenção dos leitores. Contudo, o modo como a “sobra” foi amarrada é fruto de uma competência tamanha que torna insignificante, na tela, o que foi perdido. De fato, muito das origens e atos de Tom Riddle quando jovem entraram pelo armário sumidouro e se perderam. Mas Steve Kloves manteve o essencial para criar uma linha narrativa dinâmica e coerente, justificando cada ação dos personagens, dando-lhes o tempo e o argumento suficientes para valorizarem sua presença.
Ao contrário de alguns dos filmes anteriores, Enigma do Príncipe consegue atribuir aos menos favorecidos dentro da história um lugar ao Sol; e isso se amplia graças ao bom trabalho do elenco. Rony Weasley é visível como a veia cômica do longa. O entrosamento de Rupert Grint com Jessie Cave (que vive Lilá Brown) surtiu um bom resultado, brotando passagens divertidas e sem exageros. Emma Wattson também progrediu. Mesmo estando um pouco distante do talento de Rupert, a atriz é mais segura em suas expressões faciais e movimentações em cena, dando maior fluidez à Hermione – que protagoniza ótimas cenas de descaso para com os galanteios de Córmaco McLaggen. O romance em tela é um ponto que contraria expectativas. Se antes a ideia soava desnecessária e controvérsia, ao atentar para o resultado final, tudo se torna plausível. Enquanto algumas mensagens são delicadas, outras resultam em verdadeiras matérias-prima ao riso, contrabalanceando no centro da projeção com o tom obscuro que se aloja em cada canto de Hogwarts; além, é claro, de servir como válvula para dar espaço certo na história para os adolescentes. Definitivamente, um êxito inesperado.
Mas não é só a qualidade do roteiro e o seu desenrolar ao longo das duas horas e meia que se destacam. O apuro artístico do impecável elenco britânico é invejável. A atuação de Helen McCrory como Narcisa Malfoy vale os poucos minutos em tela, ao passo que Helena Bonhan Carter manteve o mesmo tom anterior como Bellatrix Lestrange. Já Michael Gambon profere falas de efeito em alguns momentos e de humor leve em outros sem destoar como o Professor Alvo Dumbledore. Mas os destaques ficam para Alan Rickman (Severo Snape) e Jim Broadbent (Horácio Slughorn) – que atinge um nível de brilhantismo tão incomum que se torna o próprio conceito de Horácio. O primeiro prova sua superioridade diante dos demais no comando de um papel de coadjuvante, enquanto o segundo demonstra conforto e interesse em cada linha dita pelo novo professor de Poções. Snape (agora professor de Defesa Contra as Artes das Trevas) é a maior fonte do humor negro em Enigma do Príncipe, deixando para Slughorn os atributos de um humorista nato.
O que já era usual nos filmes da série Potter, o avanço técnico em relação aos capítulos anteriores, retorna. Em Prisioneiro de Azkaban, Bicuço, o hipogrifo, foi o centro das atenções e despontou a franquia no bom uso da computação gráfica. EmCálice de Fogo, dragões, sereianos e labirintos tomaram a frente. No mais recenteOrdem da Fênix, os efeitos visuais vieram para mostrar o quão violento pode ser o mundo bruxo sob fogo cruzado. Agora, a qualidade técnica se liga ao dote artístico. A fotografia de Bruno Delbonnel é impecável. Como diretor desta área, Delbonnel soube com extrema competência explicitar o que cada cena representa; tudo através do bom jogo de luz, sombra e filtros que atribuem a tonalidade certa aos momentos, sem exceções. Fora a não intimidação diante da necessidade de interagir com os efeitos visuais que o diretor David Yates soube comandar muito bem. Seu uso é unicamente para ajudar a contar uma história, sem abusos. A direção de arte também se renovou, assim como os figurinos. Em seis filmes, o conteúdo dos corredores de Hogwarts já está impresso num mapa na mente do público. Mas ainda há para onde evoluir. A Sala Precisa reaparece lotada dos mais diversos objetos bruxos que formam uma composição visual cheia e atraente tamanha complexidade, enquanto a loja dos irmãos Weasley é um primor por apresentar elementos divertidos em uma passagem despretenciosa – um deles, aliás, resgata uma “querida” personagem do longa anterior.
O ato de conter-se fez das cenas de ação pouco presentes, contudo suficientes e satisfatórias. Um dos grandes méritos de “Enigma” é justamente este: o filme não se sustenta em sequências mirabolantes recheadas de pura pirotecnia hollywoodiana e alcança a qualidade através de uma narrativa bem arquitetada. Enquanto tantas superproduções apelam para a batalha visual, esta as diminui, valorizando-as quando existentes. Um mérito também da direção. Agora mais firme e ousado, Yates não poupa planos aéreos, utiliza a visão ampla e bons manejos da câmera para enaltecer a ação – a exemplo estão o treino e a espetacular partida de Quadribol.
A perspectiva diferenciada e mais melancólica do universo mágico faz do sexto filme um título, talvez, distante do que já vinha sendo apreciado na tela. Gradativamente, a película prepara o público para o espetáculo final que está por vir, recorrendo sabiamente à emoção. De qualquer forma, a empreitada pode ser perigosa. Afinal, num momento em que o público clama por tantas movimentações articuladas pelos fabulosos efeitos visuais em um único longa, uma produção como Harry Potter e o Enigma do Príncipe pode se encontrar em apuros por não se colocar a encher de caraminholas imprestáveis a cabeça dos fãs. Mas se houver um mínimo de comprometimento e interesse da plateia em apreciar o emocional de um produto tão visado como este, o jovem Potter certamente terá mais companhia na sua caçada pelas horcruxes. Mas, sinceramente, alguém ainda duvida dessa possibilidade?
Trailer de Harry Potter e o Enigma do Príncipe

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